Após quase 90 dias de testes ininterruptos com “eliminadores de ar”, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) chegou à conclusão de que esses equipamentos são ineficientes, não cumprem as promessas divulgadas pelos fabricantes, trazem prejuízos para os consumidores, com o aumento do desperdício de água, além de contribuir para contaminação da água distribuída pela empresa, criando sérios riscos à saúde pública. Esses resultados foram apresentados à sociedade pelo presidente da Caesb, Fernando Leite, em novembro. Para chegar a essas conclusões, a Caesb criou um grupo de trabalho do qual participaram técnicos da empresa, representantes do Ministério Público, Procon/DF e Associação de Empresas de Saneamento Básico Estaduais (AESBE). A instalação de eliminadores de ar nas redes da Caesb foi autorizada por duas leis distritais, de nºs 2977/02, de autoria dos deputados distritais Benício Tavares e Chico Floresta e 3557/05, do Executivo local. Em seu artigo 2º, a Lei 3557, estabelece que a Caesb deveria promover “certificação técnica da eficácia e eficiência de equipamentos relacionados à eliminação de ar ou bloqueador de ar”. Para cumprir a exigência legal foram convidados diversos órgãos, entre eles o Ministério Público, por meio da Procuradoria de Defesa do Cidadão e da Promotoria de Justiça da Defesa da Saúde, Procon, CLDF, Sindicato dos Condomínios Residenciais do DF, Semarh, Adasa, Inmetro, Crea e Aesbe, para participarem e acompanharem os ensaios técnicos conferindo os resultados, dando assim mais transparência em todo o processo de apuração dos dados. Os testes foram realizados com três “eliminadores de ar”, montados em três cavaletes, entre dois hidrômetros previamente aferidos, de mesma capacidade, modelo e marca. Os conjuntos foram submetidos às condições normais de abastecimento. Durante 30 dias, diariamente o volume de água era medido e registrado. Em um segundo momento, o conjunto de cavaletes foi reinstalado em redes de prédios da própria Caesb, registrando-se os dados diariamente, por quase dois meses. Nas duas situações os dados dos hidrômetros não apresentaram diferenças significativas, mostrando a ineficiência dos equipamentos. Para aferir a possibilidade de contaminação da água nas redes da Caesb, a empresa simulou uma situação real e comum, quando os hidrômetros são instalados abaixo do nível do piso. Como ocorrem com os hidrômetros, em caso de chuvas ou lavagem de pisos, os “eliminadores de ar” ficaram submersos em água, que misturada a um corante, demonstrou por meio de um tubo transparente, a passagem da água com corante para dentro das válvulas dos eliminadores e daí para a rede de água potável da Caesb, confirmando o risco de contaminação.
Após quase 90 dias de testes ininterruptos com “eliminadores de ar”, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) chegou à conclusão de que esses equipamentos são ineficientes, não cumprem as promessas divulgadas pelos fabricantes, trazem prejuízos para os consumidores, com o aumento do desperdício de água, além de contribuir para contaminação da água distribuída pela empresa, criando sérios riscos à saúde pública.