Uma das principais áreas de preservação do Espírito Santo ganha um presente especial na Semana do Meio Ambiente. O Instituto Últimos Refúgios, organização voltada a sensibilização ambiental, lançou nesta quinta (06) o livro fotográfico e o documentário “Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Duas Bocas”, que marcam o início da série “Áreas Protegidas” e trazem registros de espécies de fauna, flora e belas paisagens do local. O lançamento aconteceu na própria sede da reserva, no município de Cariacica.
Estiveram presentes ao lançamento cerca de 200 pessoas, entre elas o diretor-presidente da Cesan, Neivaldo Bragato, o diretor de Meio Ambiente, Anselmo Tozi, a secretária de Estado de Meio Ambiente, Diane Rangel, o diretor-presidente do Iema, Cláudio Denícoli, Leonardo Merçon, fotógrafo e presidente do Instituto Últimos Refúgios, autoridades e alunos de escolas municipais.
O livro fotográfico e o documentário “Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Duas Bocas” são uma realização do Instituto Últimos Refúgios e do Ministério da Cultura – Governo Federal do Brasil, com patrocínio da Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN) e apoio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo S/A (BANDES), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) e Marca Ambiental – Gerenciamento Integrado de Resíduos. A produção é do Estúdio de Criação Kalakuta.
A Reserva Biológica de Duas Bocas é uma área de extrema importância para o Estado, principalmente em virtude de seus vastos recursos hídricos. Desde a sua criação enquanto represa, no início do século XX, o homem pouco interferiu em seu ecossistema, não somente pelas limitações geográficas, mas também pelo uso estratégico da área, que foi protegida para que a água pudesse ser utilizada para fins de consumo. Somente nos anos 60 o local passou a ser oficialmente definido como reserva florestal e mais tarde – em 1991 – como reserva biológica.
Em seu livro “Das Fontes e Chafarizes às Águas Limpas”, o técnico da Cesan Celso Caus relata que em setembro de 1909 aconteceu a primeira captação de água encanada para a Capital Vitória. Por ser um sistema de grande importância para a época, o governo de Jerônimo Monteiro desapropriou a área da bacia hidrográfica de Duas Bocas com o objetivo de proteger essa captação. Ele também ressalta que essa captação encanada caracteriza o fim da época do chafariz, que era a única forma de abastecimento. Essa área desapropriada se refere à atual área da reserva de Duas Bocas.
“A reserva de Duas Bocas tem grande importância para a Cesan por ter sido o primeiro sistema de água encanada para atender a população de Vitória e por, ainda hoje, abastecer cerca de 45 mil moradores de Cariacica Sede e bairros adjacentes.”
O diretor de Meio Ambiente da Cesan, Anselmo Tozi, enfatizou a importância da empresa nas práticas de sustentabilidade, com respeito aos fatores ambientais e sociais envolvidos em todo o processo em que está inserida. O diretor destacou projetos ambientais da empresa e outros desenvolvidos em parceria com prefeituras e outras secretarias e órgãos do Governo do Estado. “Se Liga na Rede, Monitoramento Ambiental, Reflorestar e Mangaraí, além da criação da Agência das Águas, de gerenciamento dos recursos e ampliação da oferta hídrica, são de extrema importância na Semana em que se comemora o Meio Ambiente. O investimento realizado pelo Governo do Estado é primordial para que nós e as futuras gerações tenhamos condições de vida com qualidade”.
Os resultados de todos esses anos de preservação ficam evidentes nas belas imagens produzidas pelo Instituto Últimos Refúgios. O livro, em suas mais de 200 páginas, buscou trabalhar a reserva do “micro ao macro” e conduz o leitor a um processo de descoberta do meio ambiente por meio de fotografias que retratam a rica biodiversidade da Mata Atlântica local, divididas entre as seguintes áreas: Sede, Trilha da Represa Velha, Represa de Duas Bocas, Mata Sul (Secundária) e Mata Norte (Primária). A publicação também traz um breve histórico da reserva e algumas informações de making of. As expedições realizadas pelo Instituto Últimos Refúgios para esse trabalho aconteceram entre os meses de janeiro e setembro de 2012.
Já o documentário traz como mensagem principal a importância da preservação dos recursos hídricos. Com estética artística, o filme mostra detalhes da reserva e conta com depoimentos de diferentes profissionais. “O documentário chama a atenção para um lugar de alto grau de preservação e evoca a importância e o papel fundamental da água para essa conservação. É um vídeo suave, que conta um pouco da história da reserva e mostra as espécies que foram encontradas durante as expedições. Em resumo, é uma bela oportunidade de entender o que existe dentro daquela reserva”, conta o diretor Alexandre Barcelos.
Esse é o primeiro projeto realizado pelo Instituto em uma área de proteção integral – onde a visitação só é permitida sob autorização prévia – e o reflexo disso são os registros de espécies que emanam graça e vida. “Duas Bocas nos revelou uma biodiversidade incrível e nos permitiu registrar pela primeira vez espécies consideradas raras em nosso Estado, como a onça-parda e o urubu-rei. O Instituto Últimos Refúgios se sente privilegiado por poder mostrar essas riquezas naturais e por difundir a mensagem da preservação ambiental. “Acreditamos que um dia a sociedade vai proteger essas áreas não pela obrigação da lei, mas por admirar e respeitar sua importância” pontua Leonardo Merçon, fotógrafo e presidente do Instituto Últimos Refúgios.
“Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Duas Bocas” dá início à série “Áreas Protegidas”, que tem como objetivo realizar registros fotográficos e audiovisuais de áreas naturais preservadas. A série marca também um processo de amadurecimento do Instituto em seus produtos, pois contou com extensa pesquisa de público-alvo e conceitos estéticos e narrativos fundamentais para o estabelecimento de uma comunicação eficaz. Um desses pontos é a tradução para a língua inglesa de todos os textos e legendas presentes nos livros e documentários, de modo a possibilitar a difusão desse conteúdo não apenas no Brasil, mas também em outros países.
História
A primeira represa de Duas Bocas foi inaugurada em 1894, usando águas do rio Pau Amarela, segundo o historiador da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Clayton André. O pioneirismo do projeto chamou atenção do Governo do Estado, que anos mais tarde decidiu que fossem ampliadas as instalações ali existentes com objetivo de fornecer água não somente para Cariacica, mas também para outras regiões.
No mês de março de 1912, foram pagas as primeiras indenizações por desapropriação de terra na região de Duas Bocas. Ou seja, há cem anos foi dado o primeiro passo para a manutenção da cobertura florestal e, por consequência, da abundância de recursos hídricos na região. A obra de engenharia foi concluída em 1918 e permanece no local até hoje.
Entre 1945 e 1950, houve a construção de outra barragem, desta vez bem maior, para que o fornecimento de água para a população fosse ampliado. Este mesmo empreendimento ainda fornece água para o município de Cariacica. A inauguração contou com a presença do então presidente do Brasil, Getúlio Vargas.
Dada a importância da manutenção das florestas para a qualidade da oferta hídrica no local, em 1965, a região foi instituída como Reserva Florestal de Duas Bocas. Em 1991, a área protegida mudou de categoria e passou a ser reconhecida como Reserva Biológica de Duas Bocas (Lei Estadual nº 4.503), com um território de 2.910 hectares.
A unidade faz parte do Corredor Ecológico Duas Bocas – Mestre Álvaro. Suas principais atividades são fiscalizações, recepção de escolas e pesquisas científicas. A Rebio representa um importante fragmento florestal de Mata Atlântica em bom estado de conservação e abriga fauna rica e diversificada, com espécies raras e ameaçadas de extinção.
O Instituto
O Instituto Últimos Refúgios é uma iniciativa socioambiental e cultural que desenvolve importante papel no diálogo sobre a preservação de áreas ambientais. Idealizado pelo fotógrafo Leonardo Merçon, o projeto teve início em 2006 a partir da realização do livro fotográfico “Últimos Refúgios: Parque Estadual Paulo Cesar Vinha”.
Atualmente, já consolidado como instituição sem fins lucrativos, atua na sensibilização ambiental e na preservação de recursos naturais através dos registros fotográfico e audiovisual de unidades de conservação. Outra iniciativa desenvolvida é a realização de atividades de educação ambiental, com ações para crianças de 1ª a 5ª séries.
No ano de 2011, a convite do renomado fotógrafo Sebastião Salgado o diretor do Instituto Últimos Refúgios, Leonardo Merçon, também desenvolve trabalhos para o Instituto Terra, localizado em Aimorés, Minas Gerais. A instituição, criada por Salgado e sua esposa, preserva e gerencia a primeira região degradada a ser reconhecida como Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN).
As ações desenvolvidas por Leonardo Merçon no Instituto Terra são bem semelhantes ao trabalho do Instituto Últimos Refúgios. Trata-se de fotografias de paisagens e espécies de fauna e flora, que objetivam sensibilizar a sociedade em prol da preservação ambiental. Lá também são realizadas ações de educação ambiental para as crianças que vivem no entorno da reserva.
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