Setembro é o mês voltado para a prevenção do suicídio. Durante esse período, desde 2014, é realizada no Brasil a campanha Setembro Amarelo, organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). A campanha tem como objetivo debater o assunto com a sociedade, lutando pela valorização da vida e prevenção do suicídio.
De acordo com o portal oficial da campanha Setembro Amarelo, no Brasil, são registrados aproximadamente 12 mil casos de suicídio por ano; a nível mundial, esse número é superior a 1 milhão. Cerca de 96,8% dessas mortes estavam relacionadas a transtornos mentais, como a depressão, por exemplo.
Na terça-feira (15), foi realizado um Webinar — Muito Além do Saneamento que tratou exatamente desse tema. No seminário online, palestrado pela assistente social Tatiana Pederzini e pelo médico Leonardo Busatto, várias informações importantes foram passadas para os espectadores. De acordo com Leonardo, o suicídio sempre existiu e desde sempre ele é algo difícil de explicar. “Tentar explicar o suicídio de forma simples é muito reducionismo. São vários os fatores que levam uma pessoa a se suicidar. Não existem testes ou exames para saber se alguém vai se suicidar ou não. É uma morte voluntária, mas tem uma finalidade. Ele é o desfecho de algo que está acontecendo há certo período. A finalidade é cessar a dor que a pessoa está sentindo”, informou o médico durante a transmissão.
Essa é uma triste realidade que vem crescendo principalmente por parte dos jovens. Infelizmente, o assunto ainda é tratado como tabu por muitas pessoas, o que contribui para que vários indivíduos se tornem vítimas. Segundo Leonardo, quem pensa em se suicidar, sempre se comunica e expressa o desejo, porém, às vezes isso é visto como palavras ao vento. “A pessoa com comportamento suicida se comunica. Ela não tem uma outra forma de pedir socorro. Às vezes falamos que é bobeira, e isso deixa a pessoa sem recursos – perdemos a oportunidade de incentivar esse indivíduo a procurar por um tratamento médico”, disse.
Por isso, é importante falar abertamente da temática e dar todo o suporte àqueles que se comunicam ou se dizem infelizes, depressivos. Uma ONG brasileira que tem como objetivo levar apoio emocional e prevenir o suicídio é o CVV (Centro de Valorização da Vida). Fundada em 1962, hoje ela possui mais de 120 postos espalhados pelo Brasil e mais de 4 mil voluntários que lutam por essa causa importante. A pessoa que precisar desabafar e conversar, pode entrar em contato com voluntários do CVV por meio do telefone 188. É um trabalho sigiloso, respeitoso, e que recebe cerca de 3 milhões de ligações por ano.
Disponibilizar um tempo de seu dia para ouvir alguém pode salvar uma vida. Informe-se sobre o assunto e contribua para que esse mal que é o suicídio diminua. Ajude, compartilhe sua empatia.
Para mais informações:
– Portal do Ministério da Saúde sobre o suicídio;
– Portal CVV;