O engenheiro Celso Caus apresenta estudo sobre relação entre degradação ambiental e mananciais na Itália. Os engenheiros Celso Luiz Caus e Nadja Lima Gorza, da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) participarão do Simpósio Ítalo-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (Sidisa), que será nos dias 23 a 27 deste mês, em Firenze, na Itália. Na atividade, eles apresentarão o trabalho intitulado Bacia Sustentável – Estudo da Correlação entre a Degradação da Mata Atlântica e Mananciais Hídricos do Espírito Santo.
O estudo foi selecionado pela Universidade de Firenze para participar do evento. Na avaliação de Caus, o trabalho mostrou que existe uma forte ligação entre o desmatamento e a ocupação irregular das matas ciliares, que protegiam os corpos d´água da bacia do rio Santa Maria da Vitória, com o aumento de produtos químicos para o tratamento de água.
O estudo mostrou também que a quantidade de sedimentos (argila) no rio Santa Maria da Vitória passou, em média, de 26 toneladas por dia em 1996, para 46 toneladas por dia em 2006. Isso gera sérios problemas ao sistema de abastecimento de água, ao setor de energia elétrica e ao de operações portuárias.
A degradação ambiental, nos últimos 20 anos, fez com que a Cesan adotasse o processo de flotação para evitar a paralisação das Estações de Tratamento de Água (ETA's) de Santa Maria e de Carapina nos períodos de chuva intensa. A implantação dessa nova tecnologia foi resultado de um investimento de R$ 5,4 milhões nas duas ETA's, exemplificou Caus.
O diretor ainda disse que o trabalho subsidiou a elaboração do Projeto Florestas para a Vida, do Governo do Estado, que prioriza adotar o uso sustentável da Mata Atlântica para conservar e restaurar a biodiversidade e os recursos hídricos das bacias hidrográficas dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória. O projeto foi aprovado pelo GEF – fundo global para o meio ambiente administrado pelo Banco Mundial.
O Florestas para Vida tem a participação das secretarias de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), da Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca (Seag), de Economia e Planejamento (SEP). A iniciativa também conta com o apoio da Cesan e de Organizações Não-Governamentais (ONG's).
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