A Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) cumpriu mais uma etapa do projeto para transformar esgoto tratado das estações de tratamento de Vitória em água de reúso. Após abrir um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), três empresas apresentaram propostas, que foram avaliadas por um grupo técnico executivo. O estudo selecionado para servir como subsídio e estruturação do projeto final foi o da empresa Fineggi Capital Serviços Financeiros. O resultado foi publicado no dia 3 de dezembro.

O PMI é uma modalidade de chamada pública para que empresas elaborem Estudos de Viabilidade Técnica, Econômico-Financeiro e Arranjo Industrial, neste caso, para fazer a estruturação e modelagem do projeto de tratamento de esgoto sanitário para fins de reúso industrial. Pelo estudo ganhador, a ETE Camburi será desativada e construída em um novo local, ocupando uma área bem menor do que a atual. Esta nova estrutura receberá o esgoto tratado também da ETE Mulembá, gerando uma vazão de água de reúso de 500 litros/segundo.

Entre as diversas ações estruturantes para aumentar a segurança hídrica e permitir que o Estado continue sua trajetória de crescimento econômico, reutilizar estes 500 litros por segundo de esgoto tratado significa uma redução de aproximadamente 20% na captação do rio Santa Maria da Vitória. O investimento vai viabilizar ainda uma estação de tratamento mais moderna, utilizando tecnologias avançadas de tratamento que permitem eficiências superiores a 90%, eliminação da emissão de odores, além de atender vários outros parâmetros para reúso do esgoto tratado para fins industrial.

“Pensando na sustentabilidade da Grande Vitória, assim como a captação de água teve reforço com o sistema Reis Magos e a Barragem dos Imigrantes, o reúso desta água é uma ação estruturante que gera economia do recurso hídrico, pois a indústria passa a utilizar o esgoto tratado e adaptado para suas necessidades ao invés da água que vem do manancial, o que possibilita o crescimento econômico das cidades”, afirma Amadeu Wetler, presidente da Cesan.

No Espírito Santo, a Cesan comercializa, em pequena escala, a água resultante do tratamento de esgoto de algumas ETEs que, após tratada, é reutilizada na construção civil, lavagem de vias públicas e na irrigação dos jardins municipais. Cada litro de água de reúso utilizado representa um litro de água conservada nos mananciais ou disponibilizada para o consumo, representando importante benefício em eventuais crises hídricas.

A água final de sistemas de esgotamento sanitário das ETEs da Cesan possui excelente nível de tratamento para serem lançados no meio ambiente, entretanto para uso industrial é preciso remover o cloreto (sal) e outras substâncias que prejudicam o uso pela indústria, o que exige tecnologia mais sofisticada para adequação. O PMI permitiu a escolha de um estudo que apontou a tecnologia que produza o melhor resultado para este fim.

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