Rio Mangaraí durante visita do especialista em recursos naturais, Henrique Lobo.
Rio Mangaraí durante visita do especialista em recursos naturais, Henrique Lobo.

O Rio Mangaraí, localizado na região de Santa Leopoldina, é um importante afluente da Bacia do Rio Santa Maria da Vitória. Com 180 km de extensão, o rio abastece boa parte da Grande Vitória. No entanto, a presença de sedimentos provenientes da erosão nas áreas de pastagens e nas estradas vicinais acaba prejudicando o tratamento da água, especialmente nos períodos de chuvas mais intensas.

A solução para esse problema pode vir por meio do Projeto Mangaraí, um conjunto de ações que estão sendo realizadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Cesan, Sedurb, Incaper, Agência Estadual de Recursos Hídricos, IDAF, Ministério Público Estadual, prefeituras de Santa Leopoldina e Cariacica e Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria da Vitória. O projeto faz parte do Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem e conta com financiamento do Banco Mundial.

Segundo Luciano Firme, engenheiro da Cesan, o objetivo do Projeto Mangaraí é ampliar a quantidade e qualidade da água do rio. Para tanto serão realizadas ações de adequação e manutenção das estradas de terra, reflorestamento, disseminação de boas práticas agrícolas e saneamento rural.

O projeto tem duração de três anos e contará com um trabalho de educação ambiental para a comunidade do entorno. Além disso, está prevista a adequação de 47 km de estadas vicinais, a instalação de sistemas de drenagem para a contenção das águas de chuva e a implantação do Reflorestar com mais de 100 produtores rurais. Os produtores rurais receberão treinamento sobre técnicas ambientalmente sustentáveis de manejo do solo, por meio do programa Produtor Sustentável do Incaper.

Outras ações do Projeto Mangaraí são a realização do cadastro ambiental rural e a implantação do Renaturalize, que consiste no uso de troncos de madeira no rio para evitar o acúmulo de sedimentos. Em uma experiência prévia, foram colocados troncos em 200 m do Rio Mangaraí que retiveram 200 toneladas de sedimentos.

A bacia do Rio Mangaraí está localizada na bacia do Rio Santa Maria da Vitória, que é responsável pelo abastecimento da região norte da Grande Vitória. As águas do Mangaraí são captadas e levadas para a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Carapina, na Serra.  Nos períodos de maior intensidade chuvosa, atualmente, a ETA Carapina tem que ser paralisada em função do volume de sedimentos presentes na água do rio.

“As ações implantadas na bacia do Mangaraí servirão de modelo para a recuperação de outras bacias do Estado que apresentam os mesmos problemas. A presença de sedimentos nas águas dos rios representa um aumento de custo para a limpeza da água”, explica Aladim Fernando Cerqueira, secretário de Meio Ambiente.

Cerqueira observa que as estradas rurais são as principais fontes de carreamento de sedimentos para o leito do Rio Mangaraí, razão pela qual o trabalho de manutenção, drenagem e pavimentação dessas estradas é tão importante. O secretário ressalta que as características do solo capixaba e as técnicas agrícolas atualmente empregadas também contribuem para o acúmulo de sedimentos no rio.

“Precisamos fazer um trabalho integrado com o produtor rural para que ele continue obtendo renda, mas buscando novas formas de uso do solo. Nosso desafio é levar técnica e conhecimento, para que o produtor rural possa ajustar ao seu sistema de trabalho”, afirma Cerqueira.

De acordo com o secretário, o Estado do Espírito Santo entendeu que precisa ir além dos projetos de saneamento. “Precisamos buscar a sustentabilidade do solo para buscar qualidade da água dos rios e também aumentar a disponibilidade”, finaliza.

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