Conversar sobre a crise hídrica, as melhorias que podem ser feitas nos bairros, sobre abastecimento de água e tratamento de esgoto. Esse foi o debate que tomou conta da manhã deste sábado (03) no V Encontro de Lideranças realizado pela Cesan, que reuniu mais de 90 lideranças da Região Metropolitana da Grande Vitória.

“Receber e passar informações, trocar sugestões de como ser mais eficiente e de como a comunidade pode contribuir para que a Cesan atue melhor e os moradores entendam melhor sobre os serviços que prestamos”, esse foi o tom da reunião pontuado pelo presidente da Companhia, Pablo Andreão, logo na abertura.

Com o tema “A Crise Hídrica e o Saneamento”. O evento foi o fechamento de cinco outras reuniões que ocorreram nos municípios da Grande Vitória com as lideranças comunitárias. A primeira apresentação foi feita pela assistente social da área de Relações com a Comunidade da Cesan, Josiane Pereira. Ela mostrou a consolidação dos trabalhos nas reuniões anteriores com os pontos positivos e negativos apontados pelas lideranças.

Em seguida, a diretora Técnica da Agência de Regulação de Serviços Públicos, Kátia Côco, apresentou a palestra “Estrutura Tarifária”, mostrando como é formado o preço que é cobrado pelo serviço de fornecimento de água tratada e coleta e tratamento de esgoto. Ela informou que, após a revisão que foi feita na estrutura tarifária, existem cinco categorias de consumo: tarifa social, residencial, comercial e serviços, industrial e pública.

“Hoje se supormos um consumo de 110 litros de água por dia por pessoa, o que é recomendado pela Onu, e dentro da faixa de consumo residencial em até 10 mil litros por mês, em uma casa com quatro pessoas, o custo seria de R$ 0,45 por pessoa por dia para ter água e esgoto tratados”, afirmou Côco. A diretora destacou ainda que a Tarifa Social dá desconto de 60% no valor da conta pelos serviços, mas poucas pessoas que têm direito procuram pelo benefício.

O presidente falou sobre os “Desafios do Saneamento”, pontuando atitudes que todos terão que tomar daqui para frente para se adaptar à crise hídrica. “Todos

nós estamos no mesmo cenário de escassez e cada vez mais será necessário preservar e recuperar matas, reservar e economizar água, e despoluir mananciais. A crise hídrica nos levou a refletir mais e a atuar sobre esses desafios”, disse.

Na apresentação Andreão ainda falou sobre a necessidade de todos se envolverem na recuperação de matas, inclusive fora da RMGV, que é de onde a água que consumimos aqui vem. Afirmou também que o reúso deve ser intensificado para reutilizar a água ao máximo. “Em 2017, a Cesan irá plantar 50 mil árvores, para recuperar nascentes, em comemoração ao seu aniversário de 50 anos. Por outro lado, a sociedade deve fazer a ligação de esgoto na rede de tratamento para que os rios sejam mantidos com água de boa qualidade. E acima de tudo, temos que estar todos juntos pela água, cuidar dela é um papel de todos nós”, afirmou.

Após as palestras foi aberto para o debate. Mais de 50 perguntas foram feitas por escrito aos diretores e técnicos da Cesan presentes. Também foi aberto o microfone e 13 lideranças se pronunciaram ou fizeram perguntas à mesa. Uma delas foi a presidente da Associação de Pedra de Búzios, Vila Velha, Gleicy da Vitória. “Gostaria de saber por que tem tanto esgoto poluindo uma nascente no meu bairro e o rio Aribiri?”, perguntou.

O presidente respondeu que isso ocorre porque as pessoas ligam a rede interna da residência na rede de drenagem e acaba indo esgoto bruto para os mananciais. “Onde não tem rede deve-se possuir fossa séptica. Mas a boa notícia é que fizemos uma parceria com uma empresa para universalizar o esgotamento em Vila Velha. Assim que assinarmos o contrato, no início de 2017, vamos fazer uma reunião específica com os moradores do município para tratar do cronograma de investimentos”, informou.

Representando Vitória, falaram Sebastião de Souza, de Nova Palestina, Weverton Paes, presidente em Antônio Honório, Luciano Madalena, de Jesus de Nazareth, Iracema Silva, presidente em Alto Santa Helena, e Geraldo Madeira, presidente de Jardim Camburi. Da Serra, Roberta Morcielo, secretária da Associação de Colina de Laranjeiras, Paulinho Araújo, de Porto Canoa. De Vila Velha, Robson Amaral, representando Morada de Interlagos e Vila Batista. De Guarapari, a vereadora eleita, Rosangela Loyola e Jorge Ramos. O presidente do bairro Santa Paula, Adevaldo Madeiro, de Cariacica.

Também estiveram presentes e responderam aos questionamentos o diretor de Engenharia e Meio Ambiente, Amadeu Wetler, a diretora de Operação Metropolitana, Sandra Sily, o diretor Administrativo e Comercial, José Eduardo Pereira. Além dos gerentes de Operação Metropolitana Norte e Sul, respectivamente, Luiz Claudio Rodrigues e Fabiana Rapazo, e a gerente Comercial, Iranete Machado. E os gestores de Clientes Especiais, Anderson Xavier, e de Atendimento ao Cliente, Maria José Fernandes.