Preservativos, absorventes, areia, gordura, bolos de cabelos, fios dentais e embalagens plásticas são os grandes vilões que entopem as redes de esgoto. Estes objetos atrapalham o tratamento nas 165 elevatórias de esgoto instaladas na Grande Vitória, onde são retirados 500 quilos de lixo diariamente. Por mês a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) gasta R$ 200 mil para realizar as desobstruções das redes de esgoto, pois todos os dias são executados os serviços de desentupimento, limpezas dos poços de visitas e das tubulações.Estes materiais juntos são responsáveis por 91% das obstruções nos 1.600 pontos de vazamentos de esgoto por mês nas ruas dos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana.
Os objetos, quando são jogados indevidamente nas redes coletoras do sistema de esgotamento sanitário, podem ocasionar entupimentos e transbordamentos, gerando odores desagradáveis, ajudando na proliferação de baratas e insetos, e elevando os ricos à saúde da população. O principal causador de obstrução das redes é o óleo de cozinha usado (gordura), que com o tempo se transforma em placas e pedras, que entopem e poluem o meio ambiente, prejudicando o funcionamento correto das redes de esgoto.
A analista de educação ambiental, Larissa Vieira, afirma que sem a colaboração da população o trabalho fica mais difícil: “Você não faz saneamento sem ajuda da população. É importante que as pessoas saibam como usar corretamente o sistema, e a educação ambiental é um instrumento para isso, é um canal para despertar o interesse pelo serviço de esgotamento sanitário e trabalhar para que seja feito o uso correto das redes”, explica. Escolas municipais e estaduais fazem visitas às Estações de Tratamento de Água e de Esgoto da empresa. Em feiras das quais participa, a Cesan também demonstra a importância da cidadania para, em conjunto com a Companhia, todos fazerem a sua parte.
Para reduzir os despejos irregulares de óleo de cozinha usado, as residências e estabelecimentos comerciais, como bar, restaurantes e lanchonetes, devem construir em suas instalações hidrossanitárias a caixa de gordura. Ela retém a gordura, evita a sua solidificação dentro das tubulações, previne obstruções e vazamentos, além de diminuir o odor presente no esgoto.
A eficiência da caixa de gordura depende da limpeza periódica. O recolhimento dos resíduos gorduroso é simples: o óleo usado pode ser colocado em garrafas PET, e o material retirado das caixas de gordura deve ser colocados em sacolas plásticas. Os resíduos podem ser comercializados ou doados para instituições de reciclagem, caso não sejam direcionados para essas instituições, devem ser destinados a um aterro sanitário devidamente acondicionado.
A população deve lembrar que vaso sanitário não é lixeira. É nela que devem ser depositados preservativos, absorvente, bolos de cabelo e fios dentais. Dessa forma, todos colaboram na preservação do meio ambiente e ajudam a reduzir os problemas de vazamentos e obstruções das redes de esgoto da sua região.
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Texto: Laureen Bessa
